Por que eu acredito em Deus?

Aviso: Este texto discute temas relacionados à existência de Deus, propósito da vida e morte. Se você é sensível a algum desses assuntos ou sofre de depressão ou outros problemas psicológicos, recomendo cautela ao prosseguir. Se você se sentir perturbado em algum momento, pare imediatamente e converse com alguém de sua confiança.

Nunca é simples falar sobre esse assunto. Afinal, estamos falando sobre a pergunta que interessa a todo mundo: Deus existe? E essa pergunta interessa a todo mundo simplesmente porque é impossível ficar neutro em relação a ela. Ou Deus existe ou não existe. Ou eu creio ou não creio. Eu acredito que Deus existe, e vou explicar aqui o motivo da minha crença.


Como falei no meu post anterior, desde criança eu vou à igreja. E foi lá que aprendi que Deus existe, influenciado pela minha mãe e minha vó. Na infância, essa crença era baseada na confiança nas palavras delas e dos pregadores. Mas, ao crescer, percebi que precisava desenvolver minhas próprias convicções. Não bastava mais viver a crença dos outros; eu precisava encontrar minhas próprias respostas.

E antes de começar a responder essa pergunta, eu quero primeiro descartar respostas simplistas como "acredito porque acho que existe/não existe" ou "acredito porque aprendi assim", pois essas respostas, sinceramente, não respondem nada. São respostas vazias e que não satisfazem o anseio por algo mais profundo.

Afinal, por que eu acredito em Deus?

Ok, vamos lá. Eu estou aqui escrevendo. Você está aí lendo. Assim, podemos concluir que nós existimos. Mas por quê? Como viemos parar aqui? O que aconteceu para que a vida fosse possível? E principalmente: qual o propósito de estarmos aqui? Quero responder essas perguntas, e em especial essa última.

Existem duas principais teorias para explicar nossa origem: o criacionismo e o evolucionismo (que está ligado ao Big Bang). A teoria do Big Bang propõe que o universo surgiu de uma singularidade extremamente densa e quente, que se expandiu e deu origem a tudo. A vida, segundo essa visão, evoluiu ao acaso através de processos naturais, como a seleção natural de Charles Darwin, que abodarei mais adiante.

Apesar da aceitação dessa teoria por muitos cientistas, ela levanta questões que me incomodam. Como o universo já estava lá? Como um simples átomo continha toda a matéria que conhecemos? E, mais intrigante ainda, como tudo isso se organizou de maneira tão precisa? Para mim, é difícil acreditar que um processo aleatório possa ter gerado tanta ordem e complexidade.

Além disso, a ciência não conseguiu reproduzir a origem da vida sem intervenção (na verdade, a ciência não conseguiu reproduzir nenhum passo da origem do universo ou da vida). Se o ser humano precisou intervir para criar algo tão simples como a clonagem da ovelha Dolly, como algo tão complexo como a vida surgiu espontaneamente, por acaso? A evolução pode até querer explicar parte do processo, mas não resolve a questão fundamental sobre a origem e o propósito da vida. Aliás, a evolução coloca o propósito da existência na seleção natural, conforme proposta por Darwin. A seleção natural é o processo pelo qual o meio ambiente seleciona os indivíduos mais aptos a sobreviver.

Por exemplo, imagine duas formas de vida marinha primitivas: o Austrinomos e o Berilupos (não perca seu tempo procurando isso no Google, pois inventei esses nomes apenas para nosso exemplo). Em um determinado momento, ambos saem da água para viver em terra. O Austrinomos se adapta mais rápido, enquanto o Berilupos não consegue se adaptar bem ao novo ambiente e, por este motivo, acaba extinto. Neste caso, a seleção natural seleciona e favorece o Austrinomos, até que, em algum momento, ele também pode ser descartado se não conseguir se adaptar ou se não tiver mais utilidade para a natureza.

O que me intriga é: se a seleção natural elimina os menos aptos, por que a raça humana ainda existe? Muitos diriam que continuamos a existir porque nos adaptamos ao ambiente e a seleção natural nos favoreceu por isso. Tá bom, que seja. Mas, ao longo da história, várias “tentativas” de extinção da humanidade ocorreram, como a pandemia de Covid-19, por exemplo. Curiosamente, ninguém vê as perdas pelo Covid como parte da seleção natural. Talvez nem os mais ateus. Aliás, desde a evolução da ciência e da tecnologia, os cientistas fazem de tudo para perpetuar a vida humana na Terra. Cada vez mais as tentativas de fazer o ser humano viver mais são exploradas e desenvolvidas, desprezando a ideia da seleção natural. Mas por que, afinal? Com qual propósito? Aliás, qual o propósito de estarmos aqui, já que o universo e a vida surgiram sem causa nenhuma? E é aqui que eu quero chegar.

Muitos dizem que acreditar em Deus e na bíblia é uma ilusão. Inclusive, Richard Dawkins, biólogo ateu e escritor britânico, intitula um dos seus mais famosos livros como Deus, Um Delírio, livro este que eu tenho na minha minibiblioteca. Após ler o livro, fiz várias reflexões, especialmente sobre essa questão da origem da vida. E eu cheguei a uma conclusão que eu levo para minha vida e que é algo que me faz acreditar na existência de um Deus: ilusão mesmo é acreditar que existe propósito em uma vida que surgiu sem propósito algum. E eu vou explicar isso.

Segundo as teorias do Big Bang e da evolução, tudo aconteceu por acaso, sem nenhuma intenção. Não houve propósito, simplesmente aconteceu. Ninguém decidiu fazer nada, as coisas só aconteceram e foram acontecendo sem mais nem menos. Inclusive a vida. Esta também aconteceu por acaso, e foi se desenvolvendo através de algo chamado seleção natural. Mas no fundo, nada foi feito de propósito, ou com propósito.

Bem, se isso for verdade, então essa busca por um propósito na vida, isso sim é uma ilusão. Seria apenas uma forma de nos distrairmos da realidade de que viemos do nada e voltaremos para o nada. E essa ideia me incomoda profundamente, especialmente em relação à morte.

A morte nos devolve ao nada, o que deveria ser natural, já que viemos do nada e a vida está mais para um acidente cósmico. Contudo, a humanidade não aceita a morte, de jeito nenhum, e sempre luta para prolongar a vida. A não existência não é aceita. E o curioso é que o ser humano vive há milhões de anos nesse planeta com a morte indo logo atrás dele, até que ela o alcança e a seleção natural diz: “é meu amigo, aqui já não dá mais pra você... é hora de dar tchau!”

E mesmo assim, depois de milhões de anos de “experiência”, e com tanto avanço e conhecimento como dispomos hoje, ao invés de aceitarmos que a morte é algo natural e comum nós a rejeitamos, e tudo o que queremos é não morrer nunca! E é aí que a minha crença em Deus se baseia: queremos vida e buscamos um propósito!

A Bíblia afirma que Deus criou todas as coisas com um propósito, incluindo a vida humana (Apocalipse 4:11), e que também nos criou com propósitos (Provérbios 19:21, Jeremias 29:11, Efésios 1:4). Além disso, a bíblia traz uma boa explicação para o desejo humano de querer viver mais e mais e de sermos tão adversos à morte (Gênesis 1:26, Eclesiastes 3:11), o que está alinhado com os desejos e sentimentos humanos. Ninguém aceita a ideia de uma vida sem propósito, e a Bíblia oferece respostas a respeito disso que fazem sentido!

Enquanto Dawkins e muitos outros veem a fé em Deus como uma ilusão ou delírio, acredito que a verdadeira ilusão é buscar propósito em uma vida que, segundo essas teorias, surgiu sem propósito algum. E é por isso que eu acredito em Deus: porque somente Ele pode dar um sentido e um propósito à existência! Afinal, “todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens” (João 1:3 e 4).

E você, o que pensa sobre isso?

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